sábado, 23 de agosto de 2014

Santa Catarina, uma terra de encontros de povos

                                                            Escrito por Isaías Maciel, acadêmico de gastronom

Um pouco de sua cultura...

         O estado apresenta um grande retalho cultural, particularmente uma forte influência europeia, dentre eles destacam-se a alemã e a italiana.
         Os casarões portugueses no Litoral, a arquitetura em estilo enxaimel/Fachwerk concentrado no Vale do Itajaí e no Norte do Estado,  que representam  em maior concentração na América desse estilo. Os municípios de Indaial, Blumenau, Joinville, São Bento do Sul, Timbó, Taió e Pomerode têm número significativo de enxaiméis.
As tradições italianas fortes no Oeste.
          Na arquitetura também merecem destaque a influência austríaca (por exemplo, a cidade Treze Tílias), a polonesa e  a ucraniana.
         Uma das manifestações folclóricas expressivas em Santa Catarina é a do boi-de-mamão, que é celebrado principalmente no litoral. De influência açoriana, trata-se de um ato cômico se assemelha bastante ao bumba-meu –boi.
        
boi-de-mamão
Personagem Bernunça do boi-de-mamão
                    
   
  Destacam-se também o Festival de Jazz de Joinville, o Festival de Dança de Joinville, o Oktoberfest em Blumenau, a Festa do Pinhão em Lages, e a Festa do Divino Espírito Santo, de tradição secular de influência açoriana (realizada principalmente na Ilha de Santa Catarina e região costeira.) 
Oktoberfest em Blumenau


                                                                                    Gastronomia

         A gastronomia em Santa Catarina é diversificada, graças à influência dos vários povos europeus que se estabeleceram em diferentes regiões do Estado. Destacam-se os sabores da cozinha portuguesa, germânica e italiana, enriquecidos por ingredientes e temperos emprestados dos indígenas e africanos. 
Peixada Catarinense de influência portuguesa


     


 
Salaminho  de chocolate, influência portuguesa

 
Eisbein



      As ostras produzidas em fazendas marinhas na região da Grande Florianópolis – a capital catarinense é a maior produtora nacional – e o camarão “Laguna”, a mais saborosa das espécies capturadas na costa catarinense. Em Itajaí e São Francisco do Sul, cidades pesqueiras e portuárias, os pratos típicos são mais fiéis à gastronomia portuguesa tradicional.


    Os pratos da cozinha italiana são servidos em cantinas espalhadas por todo o Estado – atualmente, quase metade da população catarinense é descendente de italianos. A capital catarinense da comida típica italiana é  a cidade  de Nova Veneza.
                                                            
                                                                                           
Cidade vinícola



Cidade de influência italiana
         Chucrute com vina, kassler (chuleta de porco), eisben (joelho de porco), bockwurst (salsicha) são alguns dos pratos incorporados ao cotidiano das cidades de colonização germânica. O mit rotkohl (marreco com repolho roxo) já é uma adaptação com ingredientes nativos das terras brasileiras. Destaque para as confeitarias alemãs, um verdadeiro paraíso de delícias, doces e salgadas – uma das mais conhecidas é o Appfelstrudel, folhado de maçã, mas as cucas e empadas também valem a pena, assim como os muitos outros produtos coloniais, com destaque para as geléias e embutidos artesanais.
        O vale Europeu abriga cidades onde a colonização, principalmente a alemã, ficou enraizada na gastronomia (Chopp, Kassler, Einsbein, Chucrute e Marreco Recheado, são exemplos da culinária germânica)
       
spätzel
  Em Treze Tílias, cidade fundada por imigrantes austríacos, que conserva a tradição também em pratos típicos como o
goulash (tipo um ensopado de carne), spätzel ("mini-nhoque") e scheiterhaufen (torta de maçã).


 
       Nas estâncias serranas, a culinária revela a influência dos tropeiros e gaúchos que se instalaram na região. No cardápio, simples e farto, feijão tropeiro, arroz de carreteiro – preparados em fogão à lenha – churrasco e chimarrão, além do pinhão – fruto das Araucárias que caracterizam a paisagem da região.

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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Paraná, o estado mais eslavo do Brasil

Por Bruno Corecco, Eveline Vasconcelos e Orlandina da Costa



O estado do Paraná fica localizado na Região Sul, ocupando a área de 199.323,9 km², limita-se ao norte e noroeste com o Estado de São Paulo, a leste com o Oceano Atlântico, ao sul com o Estado de Santa Catarina, a sudoeste com a Argentina, a oeste com o Paraguai e a noroeste com o Estado de Mato Grosso do Sul, sendo o único estado da região Sul que faz fronteira com outras regiões.

O estado passou por inúmeras fases de ocupação e colonização, desde sua emancipação como província em 1853. Inicialmente o Paraná foi ocupado por portugueses e espanhóis, onde desde o inicio do século XVI, exploradores atravessaram seu território a fim de chegar mais ao sul do continente ou fazer a viagem de volta, geralmente tendo como ponto de partida o litoral atlântico. 
Até então o que predominava na província eram as culturas dos índios locais, como os tupis, os guaranis e os xetás. Os poucos outros habitantes da região, de maioria espanhola, se destinavam principalmente a catequese desses povos nativos.

Durante a colonização o Paraná passou muito tempo esquecido pela Capitania de São Paulo, da qual fazia parte inicialmente.  A prosperidade veio em 1812 com o movimento dos tropeiros, pois a região servia de ponto de ligação entre áreas estratégicas. Somente em 1853 foi conquistada a emancipação do estado e Curitiba, até então uma vila, passou ser a capital. 

Com a baixa densidade populacional um programa de captação de imigrantes se estendeu no país, o que acabou acarretando na chegada de inúmeras famílias buscando sustento da terra e uma nova vida na região entre os séculos XIX e XX. Esses povos que chegaram ao estado em sua maioria vinham da Europa, com maiores contingentes de poloneses e ucranianos, contando ainda com imigrantes alemães, suíços, italianos, japoneses e sírio-libaneses.

Para homenagear a presença eslava no estado foi preparado e apresentado um biscoito bastante típico polonês conhecido como Faworki, ou Chruściki. Esse e suas várias variações também estão presentes em cozinhas como a italiana (Grostoli), a brasileira (Cueca-Virada ou Orelha de Gato) e a norte americana (Angel Wings).

Por muito tempo sua origem foi contestada e incerta, porém estudiosos modernos atribuem às cozinhas eslavas o feito devido ao fato de suas técnicas serem mais refinadas no que diz respeito ao esmero da apresentação de seus pratos.

Veja a receita aqui!


terça-feira, 19 de agosto de 2014

São Paulo e o legado gastronômico de seus imigrantes

Por Ana Beatriz e Clara Xenofonte

Com mais de 43 milhões de habitantes — o que equivale a cerca de 22% da população brasileira — São Paulo é o estado mais populoso do Brasil e a terceira unidade política mais populosa da América do Sul. A população paulista é uma das mais diversificadas do país e descende principalmente de italianos, que começaram a imigrar para o país no fim do século XIX, de portugueses, que colonizaram o Brasil e instalaram os primeiros assentamentos europeus na região, de povos ameríndios nativos, de povos africanos e de migrantes de outras regiões do país. Outras grandes correntes imigratórias, como de árabes, alemães, espanhóis,japoneses e chineses, também tiveram presença significativa na composição étnica da população local.
A Cozinha Oriental, tão prestigiada e difundida no Brasil nos dias atuais, teve seus primórdios neste Estado da Federação que possui economia forte e dinamismo reconhecidos por todos. E a incorporação de pratos e tradições japoneses é marcante, salta aos olhos de quem visita São Paulo, e principalmente o Bairro da Liberdade. Portanto, essas foram as razões que influenciaram a escolha da gastronomia nipônica para o presente trabalho. Oportunidade que se oferece para apresentar o doce de feijão azúki (anko) e o yaki manju, duas iguarias doces muito apreciadas pelos frequentadores do reduto oriental na capital paulista.

Beatriz esteve recentemente em São Paulo e visitou o bairro da Liberdade e nos trouxe o gostoso doce para degustarmos em sala; Trouxe também o feijão cru e o yaki manju, bolinho recheado com o doce de feijão. Apesar de parecer estranho para nós um doce feito de feijão, o sabor é muito gostoso, todos aprovaram!
Doce de feijão Azuki (Anko) e o feijão in natura
Yaki Manju

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Espírito Santo e seus sabores de influência indígena.

Por Elba Cunha, Hulle Emanuela e Rafael Ximenes

O trabalho da Equipe composta por Elba Cunha, Hulle Emanuela e Rafael Ximenes retrata a cultura e gastronomia do estado do Espírito Santo, mais concretamente sobre sua história e culinária local. Sobre suas origens, sobre a tradição pesqueira e a herança da cultura indígena e negra influenciaram profundamente a culinária capixaba, tornando-a eclética, produto de muitas influências dos habitantes locais como portugueses, africanos e povos do norte da Europa. Com a vinda de imigrantes europeus novos pratos foram acrescentados à cozinha capixaba.
O Espírito Santo, no século XIX, contava com uma grande população de origem indígena e africana. Depois da colonização portuguesa, a partir do século XIX o estado recebeu levas consideráveis de imigrantes, na maioria italianos, mas também alemães, portugueses e espanhóis.



Uma grande atração no Estado do Espírito Santo é a culinária, caracterizada pela diversidade. A tradição pesqueira e a herança da cultura indígena e negra influenciaram profundamente a culinária capixaba, tornando-a eclética, fruto de muitas influências oriundas dos habitantes do período de colonização, como os portugueses, africanos e povos do norte da Europa. 

Com a vinda de imigrantes europeus novos pratos foram acrescentados à cozinha capixaba. Dos italianos, que formaram uma das maiores representações de imigrantes no Estado, destacam-se o anholini, o tortei, a sopa pavese, o risoto e a polenta. Mineiros e baianos também trouxeram de suas terras pratos típicos, como o péla-égua e o vatapá. Dos alemães recebemos uma culinária à base de batatas e carne de porco. Os portugueses deixaram sua marca com as delícias dos pratos à base de bacalhau, azeite, batata e doces feitos com ovos. 

Com a dificuldade de encontrar determinados ingredientes, receitas foram modificadas, ganhando um sabor bem brasileiro. Dentre as delícias encontradas no Espírito Santo, não podemos esquecer dos pães, bolos, tortas, doces, geléias, licores, queijos, ricotas e embutidos. Surgiram também o brote, típico pão alemão, o socol (embutido), a broa de milho, o bolo de aipim com coco, a papa de milho verde, o biscoito de nata, de polvilho, o pudim de leite, o arroz doce, a cocada, o beiju, o cuscuz e a mentira. 

Entre os pratos típicos mais famosos do Espírito Santo, estão a torta e a moqueca capixaba, a muma de siri e a caranguejada. Famosa internacionalmente, a moqueca capixaba é o prato mais conhecido da culinária do Estado. O nome "moqueca" designa um estilo de preparar o alimento que consiste no cozimento sem água, apenas com os vegetais e frutos do mar e, ao contrário da moqueca baiana, a capixaba não recebe azeite de dendê e nem leite de coco. 

Logo em seguida, vem a torta capixaba, preparada com vários frutos do mar, como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito. O prato é um dos mais tradicionais durante a Semana Santa dentro dos lares dos capixabas. 

A técnica de catar o crustáceo é a mesma que já utilizavam os indígenas, fartos comedores de caranguejo. Com lama até os joelhos, dentro dos mangues, os pescadores recolhem os caranguejos no tato e no jeito, com cuidado para que os dedos não sejam aferroados pelas puãs. 


Moqueca Capixaba

Para a realização da nossa receita de Moqueca Capixaba visitamos o Mercado São Sebastião para a compra da Panela de Barro e dos insumos. Visitamos também o Mercado dos Peixes da Av. Beira Mar para a compra do Peixe Badejo/Sirigado.
O acompanhamento da nossa Moqueca Capixaba foi pirão, feito com o caldo da moqueca, um caldo que preparamos à parte com a cabeça do peixe e legumes e misturamos com farinha de mandioca.

















domingo, 17 de agosto de 2014

Sabor Mineiro

Minas Gerais é uma terra com uma gastronomia muita rica. Cada prato vem carregado de história e tradição, tornando a cozinha mineira, uma das mais famosas do Brasil.


Segue uma deliciosa receita de uma caldinho mandioca, por Francisco Ireudo e Joab Marques.



Ingredientes:

- 1 kg de mandioca
-200g de costela
- 200g de bacon
-200g de calabresa
- 200g de cebola
-20 g de alho
- cheiro verde
-sal
-água
-pimenta do reino

Preparo:


  1. Cozinhe a mandioca até atingir uma consistência bem mole. Bater no liquidificador com água.
  2. Cozinhar a costela, juntar a cebola, o alho, o cheiro verde e sal.
  3. Fritar o bacon e a calabresa.
  4. Juntar a mandioca, a costela, a calabresa e o bacon, mexer até incorporar.

Bom apetite!



Empadão Goiano

E o melhor da gastronomia de Goiás abre nossas postagens.

Empadão Goiano, por Luanny Silveira.


domingo, 3 de agosto de 2014