terça-feira, 19 de maio de 2015

Rio Grande do Sul

Ana Lieby
Andrezza Mendes

A história



Em 1627, jesuítas espanhóis criaram missões, mas foram expulsos pelos portugueses em 1680, quando a coroa portuguesa resolveu assumir seu domínio. Os jesuítas espanhóis estabeleceram, em 1682, os Sete Povos das Missões. Os portugueses chegaram em 1737 com uma expedição militar, iniciando com Forte Jesus Maria e José a cidade do Rio Grande, primeira cidade do estado do Rio Grande do Sul. Em 1742, os colonizadores fundaram a vila de Porto dos Casais, depois chamada Porto Alegre. As lutas pela posse das terras, entre portugueses e espanhóis, tiveram fim em 1801, quando os próprios gaúchos dominaram os Sete Povos.

O estado

 
Conta com o quarto maior PIB, o quinto mais populoso e o sexto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado. O estado possui papel marcante na história do Brasil, tendo sido palco da Guerra dos Farrapos, a mais longa guerra civil do país. Sua população é formada por descendentes de portugueses, alemães, italianos, africanos, indígenas, por espanhóis, poloneses e franceses. Foi apontado em 2014 pelo The New York Times como o "lugar com mais traços europeus do Brasil”. 

A gastronomia
   

A culinária gaúcha sofre forte influência da culinária Italiana e Alemã desde os tempos da Imigração no século XIX. Sofre influência também, da mistura da comida indígena, portuguesa, espanhola e do homem do campo, onde surge a chamada cozinha da Campanha (mesorregião do Sudeste Rio-Grandense) e, com características mais urbanas, a cozinha da região missioneira (zonas em que aconteciam as missões jesuíticas). 

Dos diversos pratos típicos da região, um dos mais populares é o churrasco. O gado tornou-se uma constante lá quando os tropeiros chegaram ao Rio Grande do Sul e levaram os índios como escravos. Estes, que haviam ganhado o gado como forma de dominação jesuítica, criavam o gado solto e após serem retirados pelos tropeiros, o gado continuou a se reproduzir. Quando os tropeiros voltaram para o Rio Grande do Sul havia milhares desses animais. Começaram, então, a matá-los para lhes extrair o couro cru que seria vendido; e para conservarem a carne que sobrava, usavam bastante sal e assim, levavam-na como alimento em suas longas viagens. 

As heranças estrangeiras e de outros povos na cozinha Rio-Grandense 
 
Italiana: uma das principais descendências italianas está na cidade de Caxias do Sul, que tem a culinária italiana tradicional como atrativo turístico. Destacam-se o galeto al primo canto, a polenta e a sopa de capelete. 

Alemã: os descendentes dos imigrantes alemães mantêm suas tradições culinárias nos dias atuais, com receitas com joelho de porco, salsichas, batatas, além do consumo de cerveja. Destaca-se o município de São Leopoldo, que possui raízes fortes na tradição alemã.

Tropeiros: os tropeiros tiveram grande importância econômica no Brasil Colonial; nessa época eram comuns e parte do cotidiano do sul do Brasil. Da culinária tropeira vem o arroz do carreteiro, o feijão tropeiro, a comida de camboeiro (espécie de paçoca). O arroz de carreteiro é considerado típico do Rio Grande do Sul, mas como comida nômade, também está presente em todo o país, desde a Bahia, Goiás, Tocantins. 

Indígenas: os índios deixaram como herança a utilização da mandioca e de seus produtos (farinha, tapioca, beju, pirão, mingau); o uso do milho assado, cozido e seus derivados (canjica, pamonha, pipoca, farinha). O aproveitamento de plantas nativas (abóbora, amendoin, cara, batata-doce, banana, ananaz); o cozimento dos alimentos na tucuruva (trempe de pedras), no moquém (grelha de varas) para assar carne ou peixe; o preparo do peixe assado envolvido em folhas; moqueca e também paçoca de peixe ou de carne (feita no pilão) e o uso de bebidas estimulantes com o mate e o guaraná, também são influências indígenas. 

Portuguesa: valoriza os produtos do solo americano; aproveitou as especiarias da Índia (cravo, canela, noz-moscada). Criou novos pratos, adaptou outros e conservou algumas receitas tradicionais (bacalhoada, caldo verde, acorda, pasteis, empadas, feijoada, cozido, fatias douradas, coscorões, pão-de-ló, papo-de-anjo, sonhos, pães, compotas, marmeladas, frutas cristalizadas, licores. 

Os vinhos
O RS é estado brasileiro responsável por mais de 80% dos vinhos produzidos no país. A forte presença de imigrantes italianos nos vinhos instalarou-se por volta de 1870 na serra gaúcha, onde atualmente estão os municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Garibaldi, Carlos Barbosa, entre outros. Ali iniciaram o plantio dos primeiros vinhedos. As quatro regiões sulistas produtoras de vinho são: Serra Gaúcha, Campos de Cima da Serra, Campanha e Serra Sudeste.





Nossas Experiências
Segue abaixo duas receitas gaúchas: spritzbier e o chocolate quente gaúcho. Vale frisar que são adaptações das receitas originais, devido à dificuldade de acharmos a receita com as quantidades originais dos ingredientes. 


Spritzbier:



 
Cozinhe 30g de gengibre cortados em pequenos cubos em um litro de água. Deixe cozinhando por 40 minutos. Após isso, acrescente 300 g de açúcar
e mexa até diluir. Quando diluído, acrescente 2 litros de água – em alta temperatura – e ¼ de colher de fermento biológico. Mexa e acrescente 9 limões pequenos cortados em rodelas. Vede a panela com papel alumínio e reserve por 24 horas. 



Após isso, o líquido apresentará resíduos da fermentação no interior da garrafa, coe e coloque em garrafas devidamente higienizadas e deixe fermentar por cinco dias. Passados os dias, ponha na geladeira e sirva gelado.


Chocolate Quente Gaúcho:



 
Bata no liquidificador: um litro de leite, uma lata de leite condensado, 4 colheres de chocolate em pó e duas colheres de amido.
Pegue a mistura e ponha no fogo médio e mexa até engrossar. Ponha em garrafa térmica e sirva.
 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

BOTECO E SUA ORIGEM



Lucas Meneses
 
Proveniente da palavra Botequim, o boteco é um marco para a cidade do Rio de Janeiro. Designa um estabelecimento comercial de alimentação popular, onde serve bebidas, tira-gostos e alguns pratos de comida caseira. 

Teve sua origem no Rio de Janeiro, sendo uma opção mais barata para os operários das fábricas. Depois começou a ser um local mais descontraído, frequentado por pessoas no final da tarde para beber algo e experimentar algum quitute.

BOLINHO DE BACALHAU E SUA HISTÓRIA

(…) Toma-se o bacalhau cozido, limpa-se de peles e espinhas, mistura-se com batatas cozidas e bastante salsa cortada em pedaços, e passa-se tudo pela máquina de picar. O polme resultante liga-se com leite e gemas de ovos e tempera-se com um pouco de sal fino e pimenta em pó. Bate-se a massa, à qual juntam-se as claras de ovos, previamente batidas em castelo, liga-se tudo rapidamente, tira-se a massa às colheradas, que tendem, fazendo-se passar de uma para outra, (as colheres molham-se no azeite fervente em que os bolos hão de ser fritos) e, em seguida e sucessivamente, põe a frigir. O azeite deve ser abundante, para que os bolos mergulhem nele sem tocar o fundo. Tiram-se do azeite com uma colher crivada e põem-se a escorrer. (…)
Tratado de Cozinha e Copa, de Carlos Bandeira de Melo, 1904.


Os bolinhos de bacalhau ou pastéis de bacalhau são uma especialidade da culinária do Mediterrâneo, encontrada na Espanha, Itália, França e Portugal. No entanto, é muito popular tanto em Portugal, quanto no Brasil e Angola.

No centro e sul de Portugal chamam-se 'pastéis de bacalhau' e no norte 'bolinhos de bacalhau'. No Brasil, é um petisco muito apreciado em restaurantes e adegas portuguesas.A primeira receita oficial do bolinho de bacalhau data de 1904, em um livro chamado Tratado de Cozinha e Copa, de Carlos Bandeira de Melo, um oficial do exército português que usava o pseudônimo Carlos Bento da Maia

O hábito de comer bacalhau veio para o Brasil com os portugueses, já na época do descobrimento. Mas foi com a vinda da corte portuguesa, no início do século XIX, que este hábito alimentar começou a se difundir. Data dessa época a primeira exportação oficial de bacalhau da Noruega para o Brasil, que aconteceu em 1843.

Na edição do Jornal do Brasil de 1891 está registrado que os intelectuais da época, liderados por Machado de Assis, reuniam-se todos os domingos em restaurantes do centro do Rio de Janeiro para comer um autêntico "Bacalhau do Porto" e discutir os problemas brasileiros. Mais de um século depois, ainda são muito comuns nos restaurantes especializados estes "almoços executivos", onde a conversa sobre negócios é feita saboreando um bom bacalhau.

 

RECEITA BOLINHO DE BACALHAU

INGREDIENTES:
·        600 g de bacalhau já dessalgado e desfiado
·        1200 g de batatas cozidas e amassadas
·        1 cebola cortada em brunnoise
·        5 colheres de sopa de azeite
·        Salsinha picada
·        1 litro de óleo para fritura
·        Sal a gosto

MODO DE FAZER:
·        Depois de dessalgado e desfiado, junte a carne do bacalhau com a salsinha picada e o sal.
·        Em uma panela, aqueça o azeite e coloque a cebola cortada, deixe-a refogar e coloque a mistura de bacalhau e salsinha. Misture.
·        Tire da panela e coloque o bacalhau em uma travessa com as batatas e misture. Agora, você dará forma ao bolinho. Pegue uma colher de sopa cheia e faça bolinhas, ou a forma que preferir.
·        Aqueça o óleo até que fique em ponto de fritar.
·        Frite 2 de cada, para que o óleo não esfrie.
·        Sirva com um limão cortado e azeite a gosto.


RIO DE JANEIRO - CIDADE

Lucas Meneses

Município brasileiro, capital do estado de mesmo nome, o Rio de Janeiro é a segunda maior metrópole do país, sendo ela a cidade brasileira mais conhecida do mundo. Com o epíteto de “Cidade Maravilhosa” tem aqueles que nascem como cariocas. 

É um dos centros econômicos mais fortes do país, tendo monumentos famosos como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, Maracanã, os Arcos da Lapa, a Biblioteca Nacional e suas praias belíssimas como a de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca. Conhecida por um dos ritmos mais prestigiados do mundo, a bossa nova e o seu famoso samba. 

Representa o segundo maior PIB do país (220.924.56 mil reais –IBGE 2012), com IDH de 0,799 (Censo IBGE 2010), sendo sede das duas maiores empresas brasileiras, a Petrobras e a Vale, além do maior conglomerado de empresas midiáticas, as Organizações Globo. É o segundo maior polo de pesquisas do país, com a Universidade Federal do Rio de Janeiro sendo uma das mais procuradas. 



Foi capital do Brasil de 1815 até 1960, quando esta foi transferida para Brasília.Período pré-colonial: o litoral do estado do Rio de Janeiro era habitado por índios da tribo macro-jê, depois de 1000 anos, essa região foi dominada por índios da língua tupi (vindos da Amazônia), os tupinambás ocupavam a região quando foram descobertos pelos portugueses no século XVI. Com invasões francesas e portuguesas, em 1565 foi fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, por Estácio de Sá. 

No início do século XIX, a cidade tinha a maior população urbana de negros da América Latina, os quais eram provinham de várias regiões da África (e seus ancestrais) mas com mais destaque aos de Cabinda, Congo do Norte, Benguela, Moçambique, Luanda e Angola. 

É polo de várias religiões, com um número grande de católicos (Cristianismo Apostólico Romano) em virtude do processo colonizador dos portugueses. Mesmo sendo uma cidade com várias virtudes, apresenta uma grande disparidade entre pobres e ricos.



CULINÁRIA CARIOCA

O Rio de Janeiro tem uma forte influência portuguesa em sua culinária pelo fato de ter sido capital do Brasil durante quase dois séculos (de 1763 até 1960). As receitas lusitanas foram adaptadas a vários ingredientes brasileiros, criando assim a gastronomia típica carioca. 

Pratos à base de bacalhau são típicos na cidade. Existem vários restaurantes na cidade que são especializados em servir pratos com o ingrediente principal sendo o bacalhau, herança típica portuguesa. (Bolinho de Bacalhau, por exemplo). Rabada, língua, bife de fígado e sardinhas fritas são pratos típicos cariocas. Mas, como marco da cidade e do estado em si, a feijoada é o prato emblemático da gastronomia do Rio de Janeiro. Ela tem de ser feita com a maior parte do porco, do rabo ao focinho. 

Mas o que quase ninguém sabe é que existe um prato muito típico da cidade e que não surgiu da culinária portuguesa, mas sim de um restaurante do bairro da Lapa: o filé Oswaldo Aranha. Reza a lenda que o famoso político sempre ia ao mesmo local e pedia o mesmo prato de sempre, sendo chamado aos poucos de Filé a Oswaldo Aranha, até se tornar o prato tão conhecido na cidade. O prato é composto por Filé Mignon com alho frito, Batatas portuguesas, Arroz e Farofa de Ovos.

São os aperitivos, como o bolinho de bacalhau, os pastéis de camarão e carne-seca com catupiry e o sanduiche de filé com queijo. O chope (de R$6,50 a R$8,80) bem tirado, gelado e cremoso é o que mais sai durante o dia e a noite. (Bar Jobi)

O que não falta no Rio de Janeiro são restaurantes tradicionais que resistiram ao tempo, à governos, e períodos de guerra. Alguns deles nasceram quando a cidade ainda era capital do Império Português e mantêm, depois de mais de cem anos de existência, um ambiente que nos leva diretamente ao passado. Por eles já passaram pessoas importantes e histórias que muitas vezes nem imaginamos. O Centro é, sem dúvida, o lugar no Rio que mais possui lugares que vão deste tipo.

As influências da cozinha carioca são basicamente portuguesas e africanas. São exemplos o cozido carioca, os pratos com bacalhau e o bolinho do mesmo peixe, ícone da cozinha de boteco. 
Petrópolis e Itaipava (regiões serranas onde viveu a coroa portuguesa), ficou famoso o roteiro de belas pousadas e bons restaurantes. Não por acaso é onde se encontra o chamado “vale dos gourmets”.